CSN e chinesa Baosteel são as mais cotadas para levar a CSA
Ofertas pelo controle da siderúrgica devem ser feitas até amanhã
A CSN e a chinesa Baosteel são as candidatas mais cotadas para comprar a fatia da alemã ThyssenKrupp na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), segundo pessoas que acompanham as negociações. Espera-se que as ofertas sejam apresentadas até amanhã, último dia útil do ano fiscal alemão, de acordo com bancos envolvidos com a operação. Além das duas siderúrgicas, outros potenciais interessados são a belgo-indiana ArcelorMittal, a sul-coreana Posco e a japonesa Nippon Steel.
Tanto Baosteel como CSN querem aproveitar o cenário de queda de demanda por aço para pedir um preço menor. O investimento na CSA, localizada em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, foi de € 5,2 bilhões (cerca de US$ 6,7 bilhões). Na avaliação de analistas do banco britânico Barclays, a usina vale hoje de US$ 2,5 bilhões a US$ 4 bilhões. Eles consideram no cálculo o prejuízo que a unidade vem dando ao grupo.
Nos nove meses encerrados em junho, a Steel Americas, que engloba a CSA e uma usina nos EUA, teve perda de € 781 milhões. As duas foram postas à venda em maio passado. A Thyssen tem 73,13% na CSA. A Vale deve manter os 26,87% restantes.
Em relatório, os economistas do Barclays afirmam que a CSN poderia vender sua fatia de 16% na Usiminas para fazer a oferta. O interesse da CSN, segundo Rafael Weber, da Geração Futuro, seria a expansão no mercado de aços planos — as duas empresas atuam nesse segmento. Em nota, a CSN disse que “tem como politica acompanhar e avaliar todos os movimentos das empresas dos setores em que atua”.
A CSN também teria o apoio da presidente Dilma Rousseff, que vem pressionando por um acordo com um grupo brasileiro. Fora CSN, restariam entre potenciais compradores nacionais Gerdau e Usiminas. A primeira diz que não tem interesse. A chance de a Usiminas entrar na disputa também é remota, pois a empresa suspendeu um projeto de usina de placas, justamente por causa da baixa demanda.
No caso da Baosteel, uma eventual compra significaria o ingresso no Brasil. A empresa quase fechou sociedade com a Vale para uma usina no Espírito Santo, mas desistiu em meio à crise. Qualquer que seja o comprador, ele terá que renegociar os incentivos fiscais concedidos pelo Estado.
A CSA recebeu várias multas por questões ambientais, que resultaram num compromisso com o governo do estado. Uma das exigências foi a implantação de mecanismo para reduzir a emissão de grafite, já em operação.
Fonte: O Globo
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