STF nega recurso para aposentados do Aerus

O que está ocorrendo com o fundo de pensão da Transbrasil e da Varig pode ocorrer com qualquer fundo de pensão que não aplique convenientemente o patrimônio dos participantes. A CBS esteve em situação de alto risco quando o seu patrimônio em ações da CSN chegou a atingir 65% do total dos investimentos. Felizmente, em dezembro de 2010 foram vendidas ações da CSN de propriedade da CBS no valor de R$1,630 bilhões de reais. Se não houvessem sido vendidas estas ações estariam valendo, atualmente, cerca de R$340 milhões, com grande prejuízo para os planos de benefícios e enorme redução do valor da cota dos participantes do Plano Milênio.

É por isto que é importante os participantes terem como representantes nos conselhos deliberativo e fiscal do fundo de pensão pessoas competentes, dedicadas e alinhadas com os interesses dos participantes. No caso da CBS quem se propõe a desempenhar este papel é a APCBS.

 

 A Posição do STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, indeferiu nesta sexta-feira o pedido de tutela antecipada para que a União assumisse o pagamento das aposentadorias dos ex-funcionários da Varig e da Transbrasil. Com a decisão, fica reduzida a chance de uma solução para milhares de aposentados e pensionistas do Aerus, o fundo de pensão de ex-funcionários das duas aéreas. Desde 2006, quando foi decretada a intervenção do fundo, as aposentadorias começaram a minguar. A pior situação é a dos participantes de plano 1 da Varig, que só têm dinheiro para pagar o benefício por mais alguns meses. Cerca de oito mil pessoas aderiram a esse plano.

A ação que pleiteia que a União assuma o pagamento das aposentadorias foi ajuizada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) e pela Associação dos Funcionários Aposentados e Pensionistas da Transbrasil em 2004 e teve seu pedido de tutela antecipada reconhecido dois anos depois. Após longa discussão jurídica, o Supremo Tribunal Federal condicionou, em 2010, a aplicação da tutela à decisão de primeira instância. Isso aconteceu em julho de 2012, quando o juiz Jamil Oliveira, da 14ª Vara Federal de Brasília, proferiu sentença favorável aos aposentados.

A partir de então, o processo foi dividido em dois: de uma parte consta o mérito da decisão do juiz da 14ª Vara; da outra parte consta o pedido de execução provisória da tutela. Esta foi derrubada em outubro, a partir de recurso interposto pela Advocacia Geral da União (AGU), o que fez o caso voltar ao STF. A ação estava no Supremo desde dezembro de 2012.

— Essa decisão destruiu a esperança de milhares de aposentados. Temos uma decisão favorável de primeira instância, mas até que ela seja julgada em instâncias superiores os aposentados não vão aguentar esperar. Por isso, a tutela antecipada era tão importante — disse Graziella Baggio, ex-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas e líder do movimento de ocupação da sede do Aerus, no Rio, onde há uma semana 13 aposentados estão acampados.

Segundo ela, o movimento vai reavaliar a situação, para saber se mantém a ocupação. A espera pelas decisões do STF foi longa demais para o comandante Emir Ciruelos, que faleceu na madrugada de sexta-feira, e o aeroviário Manuel Medeiros de Almeida, que morreu na véspera. Ambos infartaram e eram atuantes na comissão de aposentados do Aerus do Paraná. Outro aposentado segue em greve de fome no Santos Dumont, no Rio.

A esperança, no entanto, não acabou por completo. Outra ação, na qual é pedido que a União indenize a massa falida da Varig por causa do congelamento de tarifas entre 1985 e 1992, teve parecer favorável da ministra Cármen Lúcia, do STF, em maio. Mas o ministro Joaquim Barbosa pediu vistas do processo. Não há data para seu julgamento. Segundo o Aerus, a indenização devida pela União neste caso seria de cerca de R$ 7 bilhões, em valores atualizados.

Fonte: O Globo

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